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Zé Ramalho: o mistério de AVOHAI





Última atualização 14/02/2017, às 12:56

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Avohai é um neologismo criado pelo cantor e compositor brasileiro Zé Ramalho, e consiste na aglutinação das palavras “avô” e “pai”.

De acordo com a história divulgada na biografia do artista – “Zé Ramalho: o poeta dos abismos” – esta palavra teria surgido durante uma experiência com drogas alucinógenas.

O avô de Zé Ramalho teria desempenhado um importante papel paterno para o cantor, que perdeu o pai biológico enquanto ainda era criança.

Na interpretação de Zé Ramalho, o “avôhai” é a sabedoria que consegue passar por gerações, seja de avô para pai, pai para filho, ou mesmo avô para filho.

Letra da música Avôhai

“Um velho cruza a soleira / De botas longas, de barbas longas / De ouro o brilho do seu colar / Na laje fria onde coarava / Sua camisa e seu alforje / De caçador / Oh meu velho e invisível / Avôhai / Oh meu velho e indivisível / Avôhai / Neblina turva e brilhante / Em meu cérebro, coágulos de sol / Amanita matutina / E que transparente cortina / Ao meu redor / Se eu disser / Que é mei sabido / Você diz que é bem pior / E pior do que planeta / Quando perde o girassol / É o terço de brilhante / Nos dedos de minha avó / E nunca mais eu tive medo / Da porteira / Nem também da companheira / Que nunca dormia só / Avôhai! / Avôhai! / Avôhai! / O brejo cruza a poeira / De fato existe / Um tom mais leve / Na palidez desse pessoal / Pares de olhos tão profundos / Que amargam as pessoas / Que fitar / Mas que bebem sua vida / Sua alma na altura que mandar / São os olhos, são as asas / Cabelos de avôhai / Na pedra de turmalina / E no terreiro da usina / Eu me criei / Voava de madrugada / E na cratera condenada / Eu me calei / E se eu calei foi de tristeza / Você cala por calar / E calado vai ficando / Só fala quando eu mandar / Rebuscando a consciência / Com medo de viajar / Até o meio da cabeça do cometa / Girando na carrapeta / No jogo de improvisar / Entrecortando / Eu sigo dentro a linha reta / Eu tenho a palavra certa / Pra doutor não reclamar / Avôhai! Avôhai! / Avôhai! Avôhai!”




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