Todo mundo já notou como está mais caro fazer compras no supermercado. Os próprios empresários do setor procuraram o governo para buscar uma solução para a alta dos preços de itens como arroz, feijão, leite, carne e óleo de soja. Mas qual aumento chama mais atenção?
Óleo de soja
Com certeza, o óleo de soja é um deles. Pesquisa nacional da cesta básica do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostra que o produto ficou mais caro nas 17 capitais pesquisadas no mês de agosto.
As maiores altas verificadas foram em Campo Grande (31,85%), Aracaju (26,47%), Rio de Janeiro (22,39%) e Porto Alegre (21,15%). Em São Paulo, o óleo de soja foi a segunda maior alta da cesta, com variação de 14,18%.
O que tem pressionado o preço do óleo de soja? Segundo o Dieese, as demandas interna e externa têm elevado as cotações da soja e derivados.
Um dos motivos é que a China decidiu fazer estoques estratégicos de alimentos, depois de sentir o risco de faltar comida para mais de um bilhão de pessoas por causa da paralisação provocada pela pandemia e ameaçado pela guerra comercial como com os Estados Unidos.
De janeiro a julho, o Brasil exportou para China 50,5 milhões de toneladas de soja um volume 32% maior do que no mesmo período de 2019, diz Wagner Ikeda, analista sênior do Rabobank Brasil. “Entre 90% a 95% da safra de soja está vendida”, diz.
O que mais subiu de preço em agosto? O Dieese apontou altas nos preços do leite integral, arroz agulhinha, pão francês, carne bovina e feijão. Veja em detalhes:
Leite integral
As elevações nos valores do produto variaram entre 1,43%, em Brasília, e 11,10%, em Curitiba. Apenas em Vitória, o preço ficou estável.
Arroz agulhinha
Ficou mais caro em 15 capitais, com destaque para Porto Alegre (17,91%), Campo Grande (13,61%) e Goiânia (10,56%). O preço ficou estável em Curitiba e recuou -1,45% em Brasília.
Pão francês
Preço variou de 0,23%, em São Paulo a 9,78%, em Salvador.
Carne bovina de primeira
Alta variou de 0,59%, em Aracaju a 8,89%, em Campo Grande.
Feijão
O preço do feijão está em queda: recuou em 14 capitais. A maior queda, de -25,53%, ocorreu em Campo Grande. Mas o feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, subiu em Porto Alegre (5,00%), Curitiba (3,27%) e na capital fluminense (0,82%).
Como os supermercados têm reagido a essas altas? A Apas (Associação Paulista de Supermercados) informa que tem recomendado aos supermercados que continuem negociando com seus fornecedores e comprem somente a quantidade necessária para a reposição. Outra orientação é que os supermercados ofereçam aos seus consumidores opções de substituição aos produtos mais caros.
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Fonte: Fabiana Futema/Estadão Conteúdo
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