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Brasil: 55 anos do golpe de 64





Última atualização 01/04/2019, às 19:32

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55 AN0S: 31 de maio de 1964.

Militares das Forças Armadas, liderados   pelos generais Carlos Luís Guedes e Olímpio Mourão partem de Minas Gerais, o primeiro estado rebelde, para depor o presidente da República, João Goulart (Jango), que estava no Palácio da Guanabara, no Rio de Janeiro. Tropas fieis a Goulart cercam o palácio para proteger o presidente. No Congresso, embates acalorados, onde alguns senadores conclamavam os militares que tomassem o poder, mesmo “na marra”, após um processo de impeachment de Jango fracassar no Parlamento. Pesquisa do Ibope, que seria divulgada naquele dia e só se tornou pública após o regime militar, revela que o presidente tinha o apoio de 64% da população. Não é atoa que anos antes os brasileiros devolveram ao nosso sistema político o presidencialismo, em referendo popular. Ele planejava reformas em diversos setores, como reforma agrária, eleitoral e bancária. Violando a autoridade suprema do presidente e a o poder popular, alegando que iriam combater a ameaça comunista, integrantes das Forças Armadas tomaram as ruas em todo o país. Jango fugiu para o Rio Grande do Sul, na tentativa de reunir apoio político. Neste período, o Senado declarou vaga a Presidência da República. A grande imprensa, como os veículos do Grupo Globo, apoiavam abertamente a ascensão dos militares, persuadindo e alienando cidadãos de  Norte a Sul do País. Ao mesmo tempo, tropas da Marinha dos Estados Unidos se posicionavam na costa do Brasil. Se o golpe militar fracassasse, eles atuariam para aniquilar a oposição e invadir o território nacional. Nos dias seguintes, 20 mil pessoas seriam presas, de acordo com informações registradas pelo então embaixador da Itália no Brasil. Em 21 anos, a democracia seria abolida, opositores seriam perseguidos, torturados e mortos. Professores, jornalistas, políticos, crianças e operários seriam assassinados, silenciados e vítimas de estupro. Neste domingo (31), faz 55 anos da tomada de poder pelos militares. Em diversas unidades da federação ocorrem protestos contra a ditadura. Também são registrados protestos de apoiadores e pela primeira vez, comemorações da data são realizados abertamente em unidades militares do país. As “homenagens” foram autorizadas e incentivadas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, capitão reformado do Exército. Pela manhã, helicópteros militares sobrevoaram o Riocentro, palco de atentados a bomba, creditados aos comunistas, que incitaram o regime. Documentos dos EUA revelam que militares participaram dos atentados.

Fonte: Renato Souza.
Foto: arquivo/Estadão Conteúdo.

 




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