Da redação
Foi confirmado dois casos de microcefalia em Campo Alegre de Lourdes. Embora a secretaria municipal de saúde não tenha se manifestado ainda sobre o assunto, a informação foi confirmada por um dos médicos do hospital municipal. De acordo com outra fonte que está acompanhando as amostras colhidas no hospital, existem mais dois casos suspeitos a serem confirmados: no povoado Tapagem, e bairro do Brasileiro. Os casos comprovados foram, um na sede do município e outro na região do povoado Jiquitaia.
As duas crianças com microcefalia estão recebendo todos os cuidados estabelecidos pelo ministério da saúde.
Contudo, a doença vem avançando pelo Brasil, e uma das principais dificuldades em Campo Alegre de Lourdes para diagnóstico, é o recolhimento do material. A coleta de sangue precisa ser feita de madrugada, acondicionada para encaminhar diretamente para Salvador, correndo o risco de se perder tal amostra, devido o distanciamento de Campo Alegre para os grandes centros, sem mencionar o estado das estradas.
De acordo com o boletim divulgado no dia 27 de janeiro pelo Ministério da Saúde, foi confirmado que 270 crianças nasceram no Brasil com microcefalia por infecção congênita, mas não necessariamente pelo vírus Zika. A pasta ainda investiga 3.448 casos suspeitos. Os números são referentes a registros de outubro de 2015 a 20 de janeiro deste ano. A microcefalia pode ter como causa diversos agentes infecciosos, além do Zika, como sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes viral.
A pediatra Beatriz Beltrame, explica:
“Microcefalia é uma doença em que a cabeça e o cérebro das crianças são menores que o normal para a sua idade, o que prejudica o seu desenvolvimento mental, porque os ossos da cabeça, que ao nascimento estão separados, se unem muito cedo, impedindo que o cérebro cresça e desenvolva suas capacidades normalmente.
A criança com microcefalia, pode precisar de cuidados por toda a vida, mas isso é normalmente confirmado depois do primeiro ano de vida e irá depender muito do quanto o cérebro conseguiu se desenvolver e que partes do cérebro estão mais comprometidas.”
Para combater o mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, da febre chinkungunya e do vírus Zika, é preciso mobilização de toda a sociedade.
O país exige emergência em todos os municípios brasileiros.
Em Campo Alegre de Lourdes os agentes de endemias estão trabalhando dobrado, mesmo com salários atrasados e com a falta de incentivos. No total são 20, mas é preciso a contratação de mais agentes. De um lado, é preciso que a prefeitura, através da secretaria de saúde dê mais importância ao fato, e do outro é preciso que a comunidade local ajude no combate ao mosquito, estando atenta sobre o perigo da água parada, e assim que encontrar focos do inseto, em casa, na vizinhança ou em terrenos baldios, comunicar imediatamente nos postos da SUCAM e na secretaria municipal de saúde